terça-feira, 20 de junho de 2023

Grafite x Pichação

 Pichação x grafite: por que um é crime e o outro não?

A obra "Deus é mãe", pintada no edifício Itamaraty, na região central de Belo Horizonte, é a maior empena de arte do país. O mural de 1.892 m² foi pintado por Robinho Santana, de Diadema, São Paulo, e hoje é alvo de um inquérito da Polícia Civil. Isso porque o mural, que fez parte da 5ª edição do CURA (Circuito Urbano de Arte), contém grafismos de pixo em seu entorno.

A proibição da pichação tem como base a lei de crimes ambientais que prevê penas de detenção de três meses a um ano e multa. Mas o que define se pichação é ou não arte e no que ela se diferencia do grafite? Ecoa conversou com alguns especialistas para responder essas e outras questões sobre esse tema.

Pixo é arte? 

O curador Sergio Miguel Franco, em sua tese "Engodo na arte contemporânea: a luta da pixação contra o campo da arte; uma escultura social", defende que sim, a pichação é arte quando inserida no debate da arte contemporânea.

Para ele, esse entendimento se dá por meio da influência do pensamento do artista Marcel Duchamp que "enunciou a ideia de que todos são artistas, basta reconhecermos a capacidade criativa partilhada pela humanidade".

Para além da arte, qual a relação entre pichação e política? 

Para Djan Ivson, conhecido também como Djan Cripta, "o pixo é a própria política das ruas", isso porque, para ele, o pixo é a forma que o jovem que vem da periferia encontra para ocupar principalmente o centro da cidade, local que o foi negado "por causa dessa especulação imobiliária que sempre jogou as pessoas com menos renda para as periferias.".

Mas se pichação é arte, então por que é crime? 

Para Sergio Franco, todo o processo artístico feito por pessoas marginalizadas, como negros e periféricos, "é entendido como fora da lei". O curador traz o exemplo do samba que, durante muito tempo, viu seus artistas serem enquadrados na "lei da vadiagem" de 1890. Hoje, por outro lado, o ritmo é considerado patrimônio cultural brasileiro.

Por que o grafite deixou de ser considerado crime e o pixo não? 

A diferença entre pichação e grafite é que a primeira está ligada à escrita, fundamentalmente, enquanto a segunda à imagem, à forma. Então, por que uma é criminalizada e a outra não? Crítico, Djan entende que isso se dá pelo fato de que o grafite se deixou "domesticar" por meio do muralismo. "A questão é que alguns grafiteiros se adequaram aos interesses do poder público e privado e por isso que tem essa aceitação", comenta.

De acordo com a Lei 12.408, o grafite deixou de ser considerado crime desde que ocorra com o consentimento do proprietário, e "com o objetivo de valorizar o patrimônio público ou privado mediante manifestação artística". Essa não, por outro lado, não é uma realidade para o pixo. Para Djan "o pixo depende da transgressão para existir". 

Em Curitiba, a vereadora Professora Josete (PT) e o atual deputado estadual Goura (PDT) enxergaram a necessidade de especificar ainda mais a lei federal de descriminalização do grafite. Para isso, criaram um projeto de lei municipal que visa, entre outras coisas, definir locais onde os grafites possam ser realizados. 

Mesmo tendo, em tese, mais aceitação do que o pixo, o projeto de lei gerou muito debate e muitas críticas na capital do Paraná. "Nossa cidade é muito conservadora, ainda há nela esse caráter ainda punitivista" explica Josete.

Devemos, então, descriminalizar a pichação? 

"Acho que a pichação deveria ser encarada mais ou menos como as multas de trânsito, porque realmente a gente está transgredindo. Mas eu acho que existe punição adequada, as pessoas não podem achar que matar o pichador justifica a brancura do muro dela", comenta Djan Cripta.

Raquel Schenkman concorda que há outras maneiras de lidar com a ilegalidade e punição referente ao pixo. "Você pode pedir para o pixador remover o pixo, por exemplo". Para ela, esse tipo de conflito que faz com que o movimento do pixo exista vai sempre acontecer na cidade. 

"Você depredar um patrimônio público ou privado é um crime, então o pixo é uma manifestação que é superpolêmica porque é provocadora. Mas isso faz parte da dinâmica dos grandes centros urbanos e acontece em todos os lugares do mundo. Uma metrópole tem conflitos e posições contraditórias", explica.

Fonte: https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2021/03/16/pichacao-x-grafite-por-que-um-e-crime-e-o-outro-nao.htm


















A ‘maré cinza’ de Doria toma São Paulo e revolta grafiteiros e artistas

Prefeitura apaga grafites da av. 23 de Maio e diz, agora, que fará seleção de novos artistas Para especialista, declarar "guerra ao picho" é "tiro no pé" do novo prefeito da cidade

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), declarou guerra contra pichadores, grafiteiros e artistas de rua. Vestido com roupas de funcionários da limpeza municipal, ele e seu secretario de subprefeituras, o também tucano Bruno Covas, cobriram com tinta cinza, a cor característica da cidade, pichações e grafites nos últimos dias. A ação faz parte do programa Cidade Linda, que prevê reparo em calçadas e pintura de muros em vários bairros da capital. Depois de apagar parte do mural de grafites da avenida 23 de Maio, um dos mais tradicionais de São Paulo, Doria mostrou satisfação: “Pintei com enorme prazer três vezes mais a área que estava prevista para pintar, exatamente para dar a demonstração de apoio à cidade e repúdio aos pichadores".

O tucano não é o primeiro a encampar a batalha contra o que para uns é apenas vandalismo, e para outros é arte e expressão urbana. Todos os prefeitos da cidade, independentemente do partido e com menor ou maior afinco, colocaram em prática ações para apagar e coibir o que se convencionou chamar de “arte de rua não autorizada”. Mas o tucano parece disposto a levar o embate com pichadores e grafiteiros a um novo patamar. "Se preferirem continuar pichando a cidade, terão o rigor da lei. É tolerância zero", disse após apagar os grafites da 23 de Maio, que segundo ele já estavam antigos e haviam sido pichados. A ação desatou apoio, mas também uma chuva de críticas nas redes sociais e fora delas, onde artistas de várias áreas e paulistanos comuns criticaram a falta de diálogo na tomada de decisões e acusaram a gestão de apagar grafites mesmo sem estar, segundo os critérios da prefeitura, "danificados" por pichações. A comoção foi tal que o secretário  da Cultura, André Sturm, disse em entrevista ao Estado de S. Paulo nesta terça que a avenida pode receber um Festival do Grafite, com artistas recrutados pela prefeitura e materiais fornecidos pela gestão. Tudo, explicou Sturm, para responder ao “ruído” provocado pela maré cinza. “Ficou muito cinza e há uma vontade de fazer”, disse o secretário.

Especialistas apontam que a cruzada do prefeito tem tudo para ser um tiro no pé – assim como ocorreu com seus antecessores. “O picho trabalha com a noção de perseguição e proeza. Então se ele diz que vai perseguir pichadores, isso pode servir como atrativo para que os jovens pichem mais ainda”, afirma Alexandre Barbosa Pereira, antropólogo e professor da Unifesp que fez seu mestrado sobre o tema. De acordo com ele, desde que Jânio Quadros foi prefeito, em 1985, iniciativas de combate ao picho são implementadas “e são malsucedidas”. Nesta terça-feira, Doria teve mais uma amostra do tipo de jogo de paciência que resolveu travar com os pichadores: os novos muros cinzas da 23 de Maio foram pichados com frases alusivas ao prefeito _e logo pintados de novo pela prefeitura. Dias antes, várias pichações específicas contra o prefeito surgiram na cidade.

Picho e Deic

O jovem RGS/BR, de 25 anos, foi um dos três pichadores que escreveu “Fora Temer” e “Doria Pixo é Arte” nas paredes de um prédio em frente ao Terminal Bandeira, no centro de São Paulo, já na esteira da "guerra do spray" reativada. Ele afirma que o discurso de “tolerância zero” de Doria pode fazer com que a polícia “passe a ser mais violenta com os pichadores, uma vez que essa truculência tem o aval dos governantes”. Ele cita um caso ocorrido em 2014, no qual cinco PMs foram acusados de matar dois pichadores rendidos em um prédio no bairro da Mooca, na zona leste da cidade. Pixação diz também que mesmo grafiteiros famosos, como os Gêmeos, “que fazem rolê de burguês, em galeria de arte, também estão riscando a casa dos bacanas de forma ilegal”.

No Brasil tanto a pichação ou o grafite feito em prédios públicos ou privados sem autorização é crime, com pena prevista de três meses a um ano de prisão mais o pagamento de multa. A pena de prisão, no entanto, é geralmente convertida em serviços comunitários. Neste front legal, os pichadores também podem sentir os efeitos da nova cruzada. Doria já disse que quer aumentar o valor da multa e, na segunda-feira, o secretário da Segurança Pública do Governo Alckmin, Mágino Alves, o principal aliado de Doria, anunciou que o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) vai atuar contra o grupo de pichadores.

Vídeo feito pela artista plástica Barbara Goy mostra pintura dos grafites da av. 23 de Maio e foi compartilhado quase 60.000 vezes no Facebook.

Para antropólogo e professor da Unifesp Pereira, além da desigualdade social, espacial e da desorganização da cidade, uma parcela da população é levada para a pichação porque ela oferece “visibilidade e projeção social para o jovem periférico, que resolve circular e ocupar o centro da cidade”. “É preciso fomentar práticas e políticas públicas para que este jovem se expresse de outras maneiras que não o picho, e isso não tem sido feito”, diz o professor.

Guilherme Valiengo, um dos diretores do documentário Cidade Cinza, sobre a cena do grafite e da pichação em São Paulo, afirma que o prefeito precisa tentar entender quem é esse “transgressor”. “Se o cara está botando o nome dele no topo de um prédio ou na rua é porque ele quer dizer alguma coisa. Será que essa é a única oportunidade que ele tem de aparecer? É preciso entender quem são essas pessoas, se elas têm acesso a entretenimento, saúde e cultura. Apenas apagar é querer calar essa voz”, diz.

Em nota, o grupo Pixoação criticou as medidas de Doria. “O prefeito pede que os pichadores (sic) se tornem artistas. Primeiro podemos sugerir que ele estude um pouco mais sobre arte contemporânea”, diz o documento. “Já há alguns anos se sabe que não se fala de arte sem se falar de política, e que as obras que ocupam as bienais e principais mostrar pelo mundo não são dos artistas que decoram a sala dele”, segue o texto.

Nova York e Miami

Não é só no Brasil que a relação entre arte e urbana e zeladoria tem conflitos inerentes e linhas tênues entre convivência e exaltação. Doria tem insistido que é contra a pichação, e não o grafite, mas os dois aparecem muitas vezes em áreas não autorizadas. Enquanto se debate o que é arte ou não e o que deveria ser preservado ou não nos grafites apagados, o principal museu da cidade, o MASP, se prepara para receber no ano que vem uma exposição da obra do grafiteiro norte-americano Jean-Michel Basquiat (1960-1988), que, parte de uma dupla, se consagrou ao espalhar mensagens pelas ruas de Nova York nos anos 70.

Na Nova York de Basquiat ou na Londres do grafiteiro Ben Eine também há políticas repressivas com relação ao grafite (já o picho é considerado uma expressão artística brasileira). Nas cidades, ou em Berlim, a pintura é permitida apenas em alguns locais pré-determinados. Na Inglaterra as multas por grafitar espaços públicos ou privados sem autorização pode chegar a 5.000 libras (cerca de 20.000 reais). Na capital britânica, porém, a arte de rua é considerada um chamariz do turismo e, como tal, é promovida.

Doria disse ter interesse nesse apelo turístico do grafite. Anunciou a criação de um “grafitódromo”, inspirado em um bairro de Miami, onde a prática do grafite é liberada. O prefeito se refere a Wynwood Walls, alguns quarteirões da cidade com galpões antigos que foram adaptados para receber galerias e lojas, e tiveram seus muros pintados por grafiteiros famosos. A proposta também não escapa da polêmica. O antropólogo Pereira acredita que a medida é outro equívoco. “A tendência de ser algo para inglês ver é grande. Pegou mal para o próprio artista estar num espaço tão chapa branca quanto um grafitódromo, isso pode até gerar mais tensões e instigar mais práticas de subversão e mais picho”, diz o professor.

Quanto à proposta de fazer uma curadoria em alguns espaços da cidade para a realização e murais, ideia defendida por Doria, Valiengo, do documentário Cidade Cinza, afirma que isso sempre ocorreu na cidade. “Você pode até patrocinar alguns grafiteiros para pintar em regiões específicas, como ocorre nos túneis da avenida Paulista, ou na radial Leste. Só que a transgressão está no DNA da coisa”, diz. “E quanto aos milhares de grafiteiros e pichadores que existem e não foram chamados para participar? Eles vão pichar onde tiverem vontade, não adianta querer enquadrar”.

Djan Ivson, conhecido no mundo do picho como Djan Cripta, questiona as prioridades de Doria. “Será que a pichação é realmente o maior problema da cidade? São Paulo não tem problemas com moradia, saúde, educação, transporte publico?”, diz. “O picho pode até incomodar, porém está longe de ser o maior problema da cidade”, afirmou.

Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/01/24/politica/1485280199_418307.html





Doria sanciona lei que penaliza pichadores com multa

Projeto prevê pagamento de R$ 5 mil. Valor sobe para R$ 10 mil se ato for contra patrimônio público ou bem tombado.

Por Tatiana Santiago, G1 São Paulo

20/02/2017 10h27

O prefeito João Doria (PSDB) sancionou na manhã desta segunda-feira (20) o projeto de lei que pune pichadores com multas que variam entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. O projeto de lei foi aprovado na terça-feira (14) da semana passada pelos vereadores da Câmara de São Paulo.

Segundo a lei aprovada, o pichador flagrado levará multa de R$ 5 mil. Se o ato for contra patrimônio público ou bem tombado, o valor sobe para R$ 10 mil. Em caso de reincidência, a multa dobra. O texto exclui do alcance das punições os grafites, desde que consentidos pelo proprietário.

Até o vencimento da multa, o responsável poderá firmar termo de recuperação da paisagem urbana e se comprometer a reparar o bem pichado. O dinheiro da multa vai para o Fundo de Proteção ao Patrimônio Cultural.

Também foi incluída na lei a regulamentação da venda de tinta em spray. Os estabelecimentos que comercializam tinta spray a menores de 18 anos terão que pagar uma multa no valor de R$ 5 mil.

Para o prefeito, os pichadores vão passar "vergonha". "E Aqueles como transgressores vão ter a condenação do poder executivo, do poder legislativo e do poder judiciario. A esses que insistem em transgredir serão punidos não apenas pecuniariamente, mas vão passar pela vergonha de serem punidos duas vezes, criminalmente como crime de meio ambiente e judicialmente", afirmou.

O prefeito disse que a cidade de São Paulo terá em breve 2500 câmeras integradas ao Copom da Policia Militar através do Detecta para reforçar a fiscalização contra os pichadores.

Doria agradeceu o apoio dos vereadores durante a votação expressiva que o projeto recebeu na Câmara.

Desde o início do ano, foram presos 83 pichadores na cidade. "Esses presos vão ter dois indiciamentos: indiciamento criminal por crime ambiental e indiciamento civil,ou seja, processados judicialmente. E já a partir de amanhã com a incidência da multa"

De acordo com o prefeito, a fiscalização será pela sociedade, câmeras, Guarda Civil, PM e Polícia Civil.

Fonte: https://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/doria-sanciona-lei-que-penaliza-pichadores-com-multa.ghtml









Grafite é parte do espaço público e não pode ser apagado de maneira autoritária, diz especialista

Prefeito João Doria diz que trechos da Avenida 23 de Maio 'serão limpos porque foram degradados por pichadores'. Professor explica que arte urbana está sujeita a transformações.

Por Isabela Leite, Da Globonews, e do G1 São Paulo

23/01/2017 12h37

Os especialistas em urbanismo reagiram à decisão da Prefeitura de São Paulo de apagar os grafites da Avenida 23 de Maio, na Zona Sul de São Paulo, informou a GloboNews nesta segunda-feira (23). Encomendado em 2015, o corredor foi considerado o maior mural a céu aberto da América Latina.

O prefeito João Doria tem repetido que pichações são diferentes de grafites e que no caso da Avenida 23 de Maio, o secretário da Cultura, André Sturm, está “convidando muralistas e grafiteiros para recuperar as cores originais” dos oito murais que não foram danificados ao longo da avenida. “As demais áreas não: elas serão limpas porque foram degradadas por pichadores”, disse.

O arquiteto e urbanista Kazuo Nakano, contudo, acredita que houve um equívoco. “A retirada dos grafites demonstra um entendimento equivocado porque é diferente da pichação. O grafite conquistou desde a década de 1980 em São Paulo uma legitimidade, com exposições na Bienal, no Museu da Imagem e do Som e no Masp”, argumentou. “São Paulo é reconhecida por especialistas por ter um dos maiores acervos de arte urbana do mundo, é parte do espaço público e isso não pode ser apagado de uma maneira autoritária e impositiva”, continuo o especialista.

O Corredor de murais da Avenida 23 de Maio é formado por 15 mil metros quadrados de grafites que foram realizados em uma ação conjunta, coordenada pela gestão passada. Os murais considerados danificados pela Prefeitura estão sendo apagados com jatos de água ou cobertos por uma tinta cinza.

A ação, que faz parte do Programa Cidade Linda, gerou reações de pessoas, que percorreram a via em protesto neste domingo (22). Nesta manhã, ao menos um muro apareceu com marcas de tinta, em uma provável intervenção contra a retirada dos grafites.

O professor Nakano explica que é natural que a arte urbana sofra danos com o tempo e que o ideal seria envolver a população e, principalmente, os grafiteiros na discussão sobre a manutenção dos trabalhos. “Uma arte urbana, especialmente o grafite, está sujeito a ser uma arte transitória, a sofrer transformações, a desaparecer sob a dinâmica da cidade”, afirma. “Precisamos de um canal permanente entre o poder público, a sociedade e a classe artística cultural para estar permanentemente discutindo a manutenção dos trabalhos”, acredita.

O especialista explicou também por que o grafite é considerado arte e expressão cultural: “essas práticas são uma expressão de pessoas que têm uma vida cotidiana nesses lugares e o grafite é um mecanismo que ajuda no pertencimento”, afirma. “Então, a gente não pode revitalizar este lugar, expulsando essas pessoas ali (de certa forma). Muito pelo contrário, a gente tem que incluir essas pessoas”, conclui.

Em nota, a Prefeitura informou que está analisando outros espaços da cidade para abrigar a arte urbana e que grafites e murais são sempre bem vindos na cidade.

Fonte: https://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/grafite-e-parte-do-espaco-publico-e-nao-pode-ser-apagado-de-maneira-autoritaria-diz-especialista.ghtml


GRAFITE (ARTE URBANA)

Manifestação cultural vista nas ruas 

grafite é uma das principais formas de manifestação da arte urbana. Muito presente nas vias públicas, os desenhos são feitos à mão, e cobrem muros, fachadas e paredes pelas cidades. Atualmente, o grafite é uma das manifestações culturais mais crescentes no mundo. 

De origem italiana, a palavra grafite vem de “graffiti”, plural de “graffito”, que em sua tradução quer dizer “escrita feita com carvão”. Ele também pode ser chamado de grafito ou grafiti.

Ainda existe um certo preconceito e o grafite é visto por alguns como vandalismo e poluição visual. Ao mesmo tempo, ele vem ganhando cada vez mais a admiração das pessoas. O seu objetivo principal é ocupar os espaços e deixar algum tipo de reflexão para quem os vê.

Acredita-se que esse tipo de arte exista desde o Império Romano, mas o movimento se popularizou nos anos 70. O grafite pode estar ligado a vários movimentos diferentes, mas em especial, está relacionado com o Hip-Hop. 
Grafite e pichação são a mesma coisa?

Grafite e pichação, apesar de parecerem a mesma coisa, são diferentes. 

Na pichação são escritas frases ou somente palavras, por grupos que deixam a sua assinatura no local. É considerada um ato de vandalismo, pois na grande maioria das vezes é feita em áreas particulares, sem a permissão do proprietário. Geralmente as pichações possuem conotação política ou social.

No grafite a arte é representada por desenhos mais elaborados, que exigem uma técnica maior. Por conta da sua estética, são melhores vistos pela sociedade. Atualmente, o grafite é até considerado como um ramo das artes visuais. Ao contrário das pichações, os grafites são até encomendados pelos proprietários para compor os seus estabelecimentos. 

O grafite pode ser feito ainda de duas formas: 

- Spray art: onde o artista faz o uso do spray, fazendo palavras curtas e simples.

- Stencil art: a obra é feita a partir de um cartão, que tem as formas recortadas. Ele é colocado no local onde o spray deve ser passado. 


A história do grafite (arte urbana)

Relata-se que as escrituras em paredes se tornaram conhecidas desde o Império Romano

Em 1968, um movimento contracultural que usava os muros para escrever frases e poesias na França, começou a dar visibilidade para esse tipo de arte. Porém, só na década de 70 que o grafite ganha força, por conta das marcas que surgiram em Nova Iorque, pintadas por um grupo de jovens. 

Percebe-se que esse movimento cultural está diretamente ligado com o Hip Hop, na expectativa de dar voz aos jovens que nascem e crescem nas zonas mais periféricas das cidades. Esses jovens encontram nas ruas esse local ideal, relatando através da arte a opressão e a vida difícil que eles levam.

Com o tempo, o grafite foi tomando uma nova forma e se tornando uma verdadeira obra de arte, admirada em todo o mundo.

Grafite (arte urbana) no Brasil

No Brasil, esse tipo de arte começou a se apresentar no final da década de 70, influenciado pela cultura americana. São Paulo foi a principal cidade adepta do movimento.

Por conta da Ditadura Militar no Brasil, a arte foi restringida, por conta da censura. Com os anos, os artistas foram tomando outros espaços e cidades por todo o país.

Fonte: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/artes/grafite-arte-urbana

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